VETINDEX

Periódicos Brasileiros em Medicina Veterinária e Zootecnia

p. 298-310

Impacto de uma grande usina hidroelétrica sobre a avifauna de várzea doRio Madeira (Brasil)

Melo, Tomaz Nascimendo deCerqueira, Marconi CamposD’Horta, Fernando MendonçaTuomisto, HannaDoninck, Jasper VanRibas, Camila Cherem

Barragens hidroelétricas representam uma importante ameaça a ambientes sazonalmente alagados na Amazônia. Avaliamos como uma barragem no Rio Madeira, um dos maiores tributários do Rio Amazonas, afetou a comunidade de aves de várzea. A ocorrência de aves foi registrada através de monitoramento acústico passivo simultâneo em vegetação em estágio sucessional inicial e floresta de várzea a jusante e em áreas a montante alagadas permanentemente após a formação do reservatório. Espécies foram identificadas por inspeção manual e classificação semi-automática das gravações. Para acessar a similaridade entre a vegetação a jusante e montante, utilizamos composições de imagens Landsat TM/ETM+ de antes (2009-2011) e após (2016-2018) a formação do reservatório. Sítios de floresta de várzea foram similares antes, mas não após o reservatório. Sítios de vegetação sucessional inicial já diferiam antes do reservatório. Registramos 195 espécies de aves. A riqueza de espécies não diferiu entre os sítios a jusante e montante, mas a composição de espécies diferiu significativamente. Dez espécies foram indicadoras de vegetação sucessional inicial a montante e quatro a jusante. Dez espécies foram indicadoras de floresta de várzea a montante e 31 a jusante. Sete de 24 espécies especialistas de várzea foram detectadas apenas a montante pelas classificações semi-automáticas. Encontramos algumas espécies típicas de vegetação sucessional inicial a montante, porém não encontramos a maioria de espécies típicas the floresta alta de várzea. Predominantemente, aves carnívoras, insetívoras e nectarívoras aparentam ter sido substituídas por espécies generalistas e amplamente distribuídas.(AU)

Texto completo