Como remover o cérebro de filhores de peixe-boi amazônico (Trichechus inunguis) preservando o crânio para análises morfológicas
AVELINO-DE-SOUZA, KamillaVALDEVINO, Gisele de Castro MacielMELO-SANTOS, GabrielMOTA, BrunoDA SILVA, Vera Maria Ferreira
RESUMO Embora existam diversos estudos em crânios de peixes-boi amazônicos (Trichechus inunguis) a fim de melhor compreender a anatomia, fisiologia e comportamento desses animais, análises do cérebro tem sido negligenciadas. Tipicamente, em estudos osteológicos, o cérebro é descartado para preservar a integridade do crânio. Um dos principais motivos para essa negligência com o cérebro é a falta de protocolos adequados de dissecação que permitam a extração do cérebro intacto enquanto preserva-se a integridade do crânio. Neste estudo, apresentamos um protocolo simples, passo a passo, para um procedimento de extração e fixação do cérebro em filhotes de peixe-boi, garantindo a preservação da estrutura do crânio ao máximo possível para estudos futuros.. O protocolo é baseado em uma incisão na parte posterior do crânio, estendendo-se lateralmente em direção ao osso parietal até alcançar o osso frontal, seguido pela remoção da porção superior da calota craniana para extrair o cérebro. Ao final do procedimento, a porção removida pode ser reconstituída de forma a manter a estrutura completa do crânio. O protocolo também oferece adaptações para simplificar a metodologia de acordo com a realidade de locais com pouca estrutura laboratorial, permitindo a preservação de tecidos raros com recursos limitados e/ou em áreas de difícil acesso. A metodologia proposta permite a máxima utilização do animal coletado, o que não apenas está em conformidade com considerações éticas e práticas, mas também torna o material disponível para uma descrição detalhada dos cérebros dos peixes-boi e, consequentemente, a melhor compreensão da neuroanatomia de mamíferos aquáticos em geral.
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