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Periódicos Brasileiros em Medicina Veterinária e Zootecnia

Germinação e reservas orgânicas de sementes de espécies arbóreas comuns de planícies alagáveis da Amazônia

LOPES, AlineSILVA, Naara Ferreira daDEMARCHI, Layon OresteALBUQUERQUE, Bianca Weiss deWITTMANN, FlorianSCHÖNGART, JochenPACCOLA, Edneia Aparecida de SouzaPIEDADE, Maria Teresa FernandezREBOUÇAS, Elizabeth Rodrigues

RESUMO As várzeas amazônicas (aproximadamente 450.000 km²) são ecossistemas dinâmicos onde espécies arbóreas precisam se adaptar às inundações sazonais. Nesse contexto, os padrões de germinação e o tipo e a composição das reservas das sementes (lipídios, açúcares solúveis e proteínas) são fundamentais para o estabelecimento das plântulas. Este estudo exploratório avaliou biometria, composição das reservas e desempenho germinativo de oito espécies arbóreas comuns em ambientes de várzea alta e baixa: Guazuma ulmifolia, Hura crepitans, Pseudobombax munguba, Nectandra amazonum, Zygia latifolia, Handroanthus barbatus, Macrolobium acaciifolium e Crateva tapia, com o objetivo de contribuir para a compreensão das estratégias funcionais em áreas inundadas tropicais. Houve grande variação interespecífica no tamanho das sementes (comprimento: 0,31-38,03 mm; largura: 0,40-36,59 mm) e no conteúdo de reservas. Hura crepitans e P. munguba apresentaram os maiores teores de lipídios, enquanto H. barbatus teve concentrações elevadas de açúcares solúveis e proteínas. As maiores taxas de germinação foram observadas em H. barbatus, C. tapia e P. munguba, enquanto Z. latifolia e N. amazonum germinaram mais lentamente. Apesar do número limitado de espécies e locais, os padrões sugerem que espécies da várzea baixa investem mais em reservas e germinam mais lentamente, condizente com uma estratégia conservadora de recursos no estabelecimento inicial. Espécies da várzea alta mostraram padrões menos consistentes, indicando a necessidade de estudos mais amplos. A composição das reservas contribui para explicar as respostas germinativas adaptativas à inundação, evidenciando a complexidade das estratégias. Nossos resultados subsidiam o entendimento da diversidade funcional e orientam pesquisas e ações de restauração nesses ecossistemas.

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