Rações para aquicultura produzidas com subprodutos da Amazônia de acordo com os padrõesde certificação orgânica: efeito no crescimento e na saúde de Colossoma macropomum

MEDEIROS, Paulo Adelino deDOS SANTOS, Raphael BritoMATOS DANTAS, Francisco deMONTEIRO DOS SANTOS, Driely KathrinyFREITAS, Thiago Mendes deGONÇALVES, Ligia UribeAFFONSO, Elizabeth Gusmão

RESUMO O estudo avaliou o impacto de dietas orgânicas formuladas com subprodutos da Amazônia nos parâmetros produtivos e saúde de juvenis de tambaqui (Colossoma macropomum). Quatro dietas experimentais foram testadas: CL (Farinha de folha de mandioca Manihot esculenta), BN (Torta de Castanha do Brasil Bertholletia excelsa desengordurada), CLBN (combinação de CL e BN) e FFBN (resíduos de pescado, larvas de mosca soldado negro Hermetia illucens e BN). Os 180 peixes (14,37 ± 0,50 g) foram distribuídos em 12 tanques (400 L) e alimentados por 60 dias em um sistema semifechado. O desempenho zootécnico, composição corporal, parâmetros metabólicos e imunológicos foram avaliados. Os peixes alimentados com a dieta BN apresentaram maior ganho de peso (+35,34%), taxa específica de crescimento (+15,73%) e retenção de proteína (+20,80%) e energia (+23,02%) em comparação à dieta CL (p < 0,05). A inclusão de 400 g/kg de farinha de folha de mandioca reduziu em 66% a atividade de tripsina intestinal, comprometendo o desempenho e a conversão alimentar (CL: 1,41 vs. BN: 1,18). Embora a dieta FFBN tenha favorecido o crescimento, aumentou os níveis de gordura visceral e triglicerídeos, enquanto a CLBN impactou negativamente na resposta imune. Os resultados indicam que a dieta BN é mais adequada para a produção orgânica, promovendo maior crescimento e retorno econômico sem alterar o metabolismo, composição corporal ou saúde do tambaqui. O uso de subprodutos amazônicos para ração orgânica oferece uma alternativa sustentável, integrando aquicultura familiar à bioeconomia circular na Amazônia.