A vegetação ripária afeta as assembleias de peixes? Uma análise de gradiente longitudinal em três riachos amazônicos
Virgilio, Lucena RochaRamalho, Werther PereiraSilva, João Carlos Barbosa daSusçuarana, Monik da SilveiraBrito, Cleyton Holanda deVieira, Lisandro Juno Soares
A degradação da vegetação ripária em riachos de baixa ordem pode causar danos ambientais irreversíveis, perda de biodiversidade e alterar a estrutura das comunidades. Neste contexto, o presente estudo avaliou como o nível de degradação da vegetação ripária influencia a assembleia de peixes em três riachos de baixa ordem na Amazônia brasileira. Em cada riacho, foram delimitados três diferentes trechos, distribuídos nos ambientes de floresta, borda e pastagem, onde as amostragens foram conduzidas em três regimes hidrológicos, usando redes de imersão. As influências dos trechos e dos riachos na riqueza e na abundância foram testadas com GLMM, na composição com PERMANOVA e nas espécies indicadoras com IndVal. A riqueza de espécies foi maior em ambientes de floresta e menor em pastagem, enquanto a abundância foi maior em pastagem e menor em floresta. A composição de espécies diferiu entre trechos, riachos e na interação entre trechos e riachos, com forte diferença entre trechos de ambientes florestais e de pastagem. Seis espécies dependentes da vegetação ripária foram classificadas como indicadoras de ambientes florestais, enquanto uma espécie generalista foi indicadora de pastagem. Estes resultados reforçam a influência negativa da remoção da vegetação ripária sobre as comunidades biológicas e fornecem subsídios que podem auxiliar na conservação e no manejo desses sistemas.
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