Lesões orais secundárias à leishmaniose visceral em um cão com hiperadrenocorticismo endógeno: relato de caso
Bochnakian, M. SBezerra, J. A. BFernandes, K. S. B. RBarros, V. RPaula, V. VSantos, J. P. SFilgueira, K. D
O objetivo do presente trabalho foi relatar um caso de leishmaniose visceral com apresentação mucosa em um cão com hiperadrenocorticismo. Um canino, macho, da raça Poodle, 11 anos de idade, foi atendido com histórico de disfagia, halitose e sialorreia. Ao exame físico, observou-se linfadenomegalia generalizada e alterações cutâneas, como rarefação pilosa, comedões, telangiectasia e atrofia cutânea. Além disso, o animal também apresentava formações orais localizadas na língua. Dos exames hematológicos e bioquímicos realizados, a única alteração encontrada foi elevação da fosfatase alcalina (1724u/L). O teste de supressão com a dexametasona em dose baixa foi executado para investigar hiperadrenocorticismo, tendo resultado positivo. Também foram realizados exames citológicos dos linfonodos, da medula óssea e das formações orais, tendo sido observada a presença de formas amastigotas de Leishmania sp. em todas as amostras. O animal foi submetido à biópsia incisional das formações orais, e a análise histopatológica demonstrou um quadro de inflamação granulomatosa com presença de grande quantidade de microrganismos morfologicamente compatíveis com formas amastigotas de Leishmania sp. no interior das células inflamatórias. Diante dos achados clínicos e dos exames complementares, diagnosticou-se um caso de leishmaniose com manifestação mucosa atípica, associado ao hiperadrenocorticismo, podendo essa endocrinopatia ter sido um fator predisponente para essa enfermidade infectocontagiosa.(AU)
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