Variante neuropatogênica de Varicellovirus Equid Alpha-1 associada ao aborto de éguas no Brasil
Catizane, M. FSilveira, J. A. GAraújo, A. CFantini, PMiranda, A. L. SGalinari, G. C. FSantos, B. S. A. SCarvalho, R. RValle, L. BAguilar, N. RRocha, B. M. MMoreira, I. BRibeiro, B. F. SAndrade, L. CHanna, L. T. SLobato, Z. I. PGuedes, M. I. M. CMaranhão, R. P. ASantos, R. B. C. TCosta, E. A
O Varicellovirus equidalpha 1, anteriormente Equid alphaherpesvirus 1 (EqAHV-1), é prevalente globalmente, causando infecções persistentes em populações de cavalos por meio de latência. A reativação viral sob estresse leva à nova excreção e transmissão, resultando em doenças respiratórias, aborto, morte neonatal de potros e mieloencefalopatia. A variante neuropatogênica, associada a um marcador neuropatogênico específico (G2254/N752), apresenta maior taxa de replicação e maior duração da viremia. No Brasil, foi identificada a cepa neuropatogênica EqAHV-1, causando mieloencefalopatia por herpesvírus equino (EHM) nos estados de São Paulo e Minas Gerais. O presente estudo teve como objetivo detectar e genotipar cepas EqAHV-1 em casos de aborto e morte neonatal, explorando outros potenciais agentes etiológicos. Amostras de DNA de 118 amostras foram analisadas usando-se ensaios de PCR e sequenciamento. Os resultados revelaram DNA EqAHV-1 em 23,3% dos casos de aborto, com o marcador neuropatogênico em 85,7% das amostras positivas. Leptospira spp., Brucella abortus, patógenos transmitidos por carrapatos e Trypanosoma evansi foram considerados para diagnósticos diferenciais. As éguas positivas para EqAHV-1 tinham histórico de vacinação, mas as vacinas comerciais não preveniram os sinais neurológicos. O presente estudo sugere EqAHV-1 neuropatogênica como causa significativa de perdas reprodutivas em cavalos brasileiros. Mais pesquisas são necessárias para avaliar o perfil epidemiológico da infecção e a eficácia das medidas de biossegurança para prevenir surtos.
Texto completo