[Identificação de desequilíbrios hídricos, eletrolíticos e ácido-básicos em cães com doença renal crônica (DRC)]
Brandão, M.D.M.Moreira, T.B.Polizelli, I.G.Hasuda, A.L.Gomes, L.A.Flaiban, K.K.M.C.
RESUMO Este estudo teve como objetivo caracterizar os desequilíbrios hídrico, eletrolítico e ácido-básico e avaliar as abordagens tradicional e quantitativa em cães com azotemia renal. Foram avaliados 34 cães com diagnóstico clínico e laboratorial de doença renal crônica (DRC) e 10 cães saudáveis. A gasometria venosa foi realizada no atendimento inicial ao paciente, antes da instituição de qualquer medida terapêutica. Os parâmetros mensurados foram pH, pCO2, HCO3 -, BE (ecf), Na+, K+, Cl-, iCa2+, glicose, lactato, fosfato e albumina. Calculou-se média, mediana e desvio-padrão de todos os parâmetros analisados, dos cães doentes e dos saudáveis. A maioria dos animais, 52,9% (18/34), não apresentava desidratação aparente. As alterações eletrolíticas mais comuns foram hipercalemia, 76,4% (26/34); hipocloremia, 58,8% (20/34); e hiponatremia, 52,9% (18/34). A acidose metabólica foi o distúrbio ácido-básico mais comum em ambas as abordagens. Pela abordagem tradicional, 70,5% (24/34) apresentaram acidose metabólica por redução da concentração de HCO3 -. Ao se considerar o valor da AG, 61,76% (21/34) dos cães apresentaram aumento do AG ou acidose por aumento de ânions não mensurados. Pela abordagem quantitativa, identificou-se acidose metabólica por redução da SIG em 82,3% (28/34) dos cães, e em 14,7% (5/34) acidose hiperclorêmica por redução da SID. Apenas nesta abordagem detectou-se alcalose metabólica por redução da Atot, 55,8% (19/34), e 35,3% (12/34) aumento da SID por alcalose hipoclorêmica. Conclui-se que os desequilíbrios mais comuns encontrados nesses cães com nefropatia foram hipercalemia, hipocloremia e acidose metabólica, devido ao aumento de ânions não mensuráveis, e um número maior de distúrbios ácidos-básicos foram identificados pela abordagem quantitativa.
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