Estudo in vitro revela atividade antimicrobiana de óleos essenciais contra cepas de Klebsiella pneumoniae isoladas de tilápia-do-Nilo
Vaneci-Silva, DNakamura-Silva, ROliveira-Silva, MPitondo-Silva, AAssane, I. MPilarski, F
Estudos recentes têm mostrado uma crescente presença de Klebsiella pneumoniae em ambientes aquáticos, levantando preocupações para a produção de peixes devido à sua resistência a muitos antimicrobianos. Essa bactéria é comumente associada a infecções do trato urinário, pneumonia e sepse em humanos. Controlar doenças infecciosas bacterianas em peixes é um grande desafio na aquicultura. No Brasil, apenas florfenicol e oxitetraciclina são aprovados para uso nesse setor. Portanto, neste estudo, avaliamos o impacto antibacteriano in vitro e a atividade hemolítica de 16 óleos essenciais (OEs) e dois agentes antimicrobianos frequentemente usados na aquicultura (florfenicol e oxitetraciclina) contra sete cepas de K. pneumoniae isoladas de tilápias-do-Nilo. Os OEs foram caracterizados quimicamente usando cromatografia gasosa com detector de ionização por chama e verificados com espectrometria de massa. A técnica de microdiluição usando placas de 96 poços foi empregada para avaliar a concentração inibitória mínima (MIC), variando de para óleos essenciais (OEs) 0,078125 a 20 µg mL-1 e de 0,0075 a 64 µg mL-1para antimicrobianos. Para determinar a concentração bactericida mínima (MBC), alíquotas de 10 µL dos poços que não mostraram crescimento nos testes de MIC foram cultivadas em placas de Petri contendo Ágar Muller Hinton. A atividade hemolítica dos OEs foi avaliada usando um ensaio de lise de eritrócitos. Os principais componentes de Thymus vulgaris foram timol (53,3%) e p-cimeno (20,8%), enquanto os de Melaleuca alternifolia foram 1-terpinen-4-ol (40,5%), γ-terpineno (19,7%) e α-terpineno (1,6%). A atividade hemolítica significativa foi observada apenas nos testes de M. alternifolia (>33% de lise). O OE de T. vulgaris exibiu a maior atividade contra cepas de K. pneumoniae, enquanto o OE de M. alternifolia demonstrou MIC e MBC contra todas as cepas. Os OEs de Corymbia citriodora, Artemisia vulgaris, Citrus bergamia, Cananga odorata, Boswellia carterii e Pelargonium peltatum também apresentaram resultados positivos. Todas as cepas foram resistentes aos agentes antimicrobianos testados. Com base nesses achados, T. vulgaris foi o OE mais promissor para tratar K. pneumoniae em peixes.
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