Óleo de Cannabis no tratamento da doença de Parkinson: melhora de sintomas motores e não motores: relato de caso
Issa, C. T. M. ICastro, R. DAlbuquerque, K. L. G. D
A doença de Parkinson é caracterizada pela perda progressiva de neurônios dopaminérgicos na parte compacta da substância negra, resultando na diminuição da produção de dopamina. O tratamento medicamentoso realizado com levodopa, torna-se menos eficaz com a progressão da doença. Apesar dos excelentes resultados encontrados na prática clínica com o uso medicinal da Cannabis para tratar a doença de Parkinson, o nível de evidência científica ainda é considerado limitado, em função do pequeno número de trabalhos publicados nessa área. Apresentamos o caso de um homem com 77 anos de idade e diagnóstico de Doença de Parkinson há 22 anos, em estágio avançado, que apresentava bradicinesia, tremor e rigidez importantes, perda da capacidade de manter-se em posição ortostática e de deambular. Essa condição foi potencializada por uma fratura de fêmur. Além de disfagia avançada, que resultou na realização de gastrostomia. Apesar de lúcido, não tinha interesse em conversar, tendendo ao desânimo e isolamento. Em uso de Prolopa®, sem resposta terapêutica satisfatória. Após o início do tratamento com o óleo de Cannabis, caminha dentro de casa com frequência e faz ingestão rotineira de alimentos pastosos, sem episódios de engasgo e/ou broncoaspiração. Também apresentou melhora não motora importante, está mais ativo, alegre, comunicativo e atento ao que acontece em seu entorno. Mais estudos são necessários para elucidar esses resultados e os mecanismos de ação dos canabinoides por meio dos quais eles exercem possíveis efeitos neuroprotetores e neuroreparadores. Esses resultados convincentes sugerem que o óleo de cannabis pode oferecer uma opção terapêutica valiosa e eficaz para indivíduos com doença de Parkinson.
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