Primeiro relato da taxa metabólica da merluza-negra (Dissostichus eleginoides) e sua escala no sistema de cultura de superfície
Encina-Montoya, FVega-Aguayo, ROberti-Grassau, CMardones-Lazcano, AMuñoz, GBarrios-Figueroa, RAlvarado-Flores, CReyes-Campos, AUrbina-Foneron, M. A
Dissostichus eleginoides é um peixe bentopelágico, carnívoro, proveniente de águas profundas antárticas circumpolares até 2.500 m, podendo atingir até 200 kg, 2 m de comprimentoe 50 anos de vida. Embora tenha importância comercial com preços entre 14-35 US$/kg, estudos que permitam o seu cultivo são escassos. D. eleginoides é considerado de metabolismo lento, pois vive em baixas temperaturas (2-11 °C) e altas pressões (100-250 atmosferas). No entanto, não há registros de seu metabolismo aeróbico de rotina e de seu enorme crescimento em tanques de cativeiro na superfície, sendo o objetivo deste estudo. O metabolismo de rotina foi medido em grupos de peixes de três tamanhos, a) 2,31 ± 0,08 kg, b) 4,67 ± 0,06 kg e c) 8,97 ± 1,89 kg em duas câmaras seladas feitas sob medida por respirometria fechada. A taxa metabólica média foi de 42,91 ± 0,48, 38,61 ± 2,64 e 35,35 ± 1,58 mg O2 kg-1 h-1, com diferenças significativas entre os tamanhos. O expoente de escala calculado foi de 0,85, semelhante ao relatado para outras espécies de peixes de água fria medidas na superfície. Os resultados mostram consumo de oxigênio em condições de pressão superficial comparáveis aos de G. morhua e salmonídeos, o que permite, preliminarmente, rejeitar a hipótese inicial de metabolismo lento. Embora os resultados sejam preliminares, eles são os primeiros a relatar o metabolismo de rotina desta espécie, tornando-os relevantes para estudos futuros. Densidades de cultivo de 87,38, 57,77 e 64,92 kg m-3 foram estimadas para os grupos a, b e c, apresentando importantes vantagens e novas perspectivas para o cultivo de D. eleginoides.
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