Aplicação de desinfetantes na prevenção e controle da mastite bovina

Pereira, M. L. S.Ramos, M. C. S.Gontijo, L. S.Borges, K. M.Cotrim, C. F. C.Damacena-Silva, L.Santana, E. S.

Resumo Foi realizada uma revisão de literatura para avaliar as tendências globais e as contribuições científicas relacionadas ao uso de desinfetantes no controle da mastite bovina. A mastite bovina, uma importante doença inflamatória que afeta vacas leiteiras, é predominantemente causada por infecções bacterianas e continua sendo uma preocupação significativa para a produção leiteira global. Entre as medidas de prevenção e controle, a aplicação de desinfetantes desempenha um papel crucial, especialmente nos protocolos de higiene pré e pós-ordenha. Para oferecer uma visão mais estruturada, este trabalho mapeia as tendências de publicações, contribuições regionais e avalia a eficácia e a diversidade dos desinfetantes testados in vivo e in vitro. Esta revisão teve como objetivo explorar e sintetizar o conhecimento científico atual sobre o uso de desinfetantes no controle e prevenção da mastite bovina, com foco nas principais classes químicas, mecanismos de ação antimicrobiana, eficácia e alternativas emergentes. Artigos científicos foram selecionados nas bases de dados PubMed, Web of Science, Scopus e SciELO até dezembro de 2024. De um total de 309 registros inicialmente identificados, 86 estudos relevantes foram incluídos com base na afinidade temática com a aplicação de desinfetantes na produção leiteira. A maioria das publicações teve origem em países desenvolvidos, particularmente os Estados Unidos (34,9%) e a Alemanha (3,6%), com destaque para o Brasil (19,3%) no contexto sul-americano. Observou-se um crescimento anual constante de aproximadamente 5,6% no volume de publicações, com maior atenção científica voltada para alternativas sustentáveis a partir de 2007. Desinfetantes sintéticos como iodóforos, clorexidina e hipoclorito de sódio continuam sendo amplamente estudados devido à sua elevada eficácia in vivo e in vitro. Em contraste, alternativas naturais e biotecnológicas—como óleos essenciais, nanopartículas de prata e biguanida poliexametileno (PHMB)—demonstram potencial promissor, mas ainda requerem validação adicional. Os principais desafios identificados incluem a necessidade de padronização das concentrações, protocolos de aplicação bem definidos e avaliações abrangentes de segurança. Esta revisão enfatiza a importância de ampliar os esforços de pesquisa em diferentes regiões geográficas e de desenvolver estratégias de desinfecção padronizadas, economicamente viáveis e ambientalmente sustentáveis, contribuindo tanto para a saúde animal quanto para a sustentabilidade da produção leiteira global. A combinação de abordagens de revisão cienciométrica e analítica contribui tanto para a compreensão da dinâmica da pesquisa quanto para a identificação de lacunas nas estratégias de desinfecção.