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Periódicos Brasileiros em Medicina Veterinária e Zootecnia

Polimorfismo floral populacional e a qualidade de frutos e sementes de Ipomoea cavalcantei D.F. Austin (Convolvulaceae)

Souza, A. I. A. F.Lima, C. C.Silva, M. B.Souza, M. C.Silva, A. F. S.Lacerda, J. D. A.Rodrigues, M.Gurgel, E. S. C.

Resumo Ipomoea cavalcantei D.F. Austin (Convolvulaceae) é uma espécie endêmica da Floresta Nacional de Carajás, no estado do Pará, Brasil. É um subarbusto perene que apresenta flores hercogâmicas, com separação espacial entre anteras e estigma. As populações exibem um polimorfismo floral relativo ao tamanho do estilete, com possíveis diferenças no sucesso reprodutivo dos indivíduos. Neste contexto, o objetivo deste estudo foi caracterizar e relacionar o polimorfismo floral populacional com a qualidade física e fisiológica das sementes. Os indivíduos foram identificados no campo de acordo com o morfotipo floral, sendo estes classificados em: pistilo curto (PC), médio (PM) e longo (PL). Os ramos floridos foram marcados e identificados de acordo com o morfotipo e, na época da frutificação, tiveram os seus frutos coletados, seguidos de avaliação por morfotipo quanto à integridade (brocados ou não), massa fresca e número de sementes por fruto. As sementes obtidas foram classificadas em três categorias: malformadas, brocadas e intactas. As sementes intactas de cada morfotipo foram mensuradas (largura, comprimento e espessura). Avaliou-se também a viabilidade das sementes através do teste de germinação, obtendo-se a porcentagem de germinação e de plântulas normais e o índice de velocidade de germinação (IVG). Na classificação física dos frutos, observou-se que, em média, 71% apresentavam-se brocados, com destaque para os frutos do morfotipo PL (87%). A qualidade física das sementes também variou conforme o polimorfismo floral, com 59% das sementes do PL malformadas, 30% brocadas e 11% intactas. Os morfotipos PC e PM apresentaram as maiores porcentagens de sementes intactas, com 30% e 38%, respectivamente. Sementes intactas sem distinção de morfotipo apresentaram germinação média de 73%, 67% de plântulas normais e um GSI de 6,5. MP exibiu a maior porcentagem de germinação (90%) e plântulas normais (86,2%). Em conclusão, todos os morfotipos florais têm potencial para produzir frutos e sementes. No entanto, aqueles obtidos a partir do morfotipo MP apresentaram maior potencial para todos os parâmetros avaliados. Esses resultados indicam que o polimorfismo floral populacional influencia diretamente na qualidade fisiológica de frutos e sementes e, portanto, deve ser considerado em planos de manejo florestal para a reprodução e conservação da espécie.

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