VETINDEX

Periódicos Brasileiros em Medicina Veterinária e Zootecnia

p. 181-187

Diagnóstico e tratamento videoassistido de tumor de células de Leydig em cadela com síndrome do ovário remanescente

Conte, FernandaBravo, Sabrina AllendesBortolato, Thabata LaccortFreitas, Ítallo Barros deMarks, AdrianaGuedes, Rogério Luizari

Neoplasias ovarianas de origem primária são incomuns em cadelas, exigindo métodos diagnósticos e terapêuticos mais precisos. Fêmeas também possuem células intersticiais secretoras de esteróides, contudo o aparecimento do tumor de células de Leydig é considerado raro. Uma cadela sem raça definida e 12 anos apresentava sinais de estro após ovariohisterectomia pré-púbere. Na avaliação ultrassonográfica, foi identificada uma massa localizada na região abdominal lateral direita, sugestiva de ovário remanescente. Durante a inspeção laparoscópica foi identificada a massa distante caudalmente do coto ovariano direito, inserida em região de mesentério jejunal. O segmento intestinal foi apreendido e exteriorizado de maneira videoassistida, optando-se pela remoção do tumor associado à enterectomia do segmento afetado. A avaliação do coto ovariano esquerdo, revelou um cisto de 0,5cm de diâmetro que também foi removido. A análise histopatológica foi sugestiva de neoplasia de células intersticiais (tumor de células de Leydig) e um cisto epitelial ovariano. O tumor de células de Leydig é relatado com freqüência em machos, entretanto, sua aparição em fêmeas é considerada extremamente incomum acometendo principalmente animais não esterilizados. A neoplasia não aderida ao coto ovariano comprova ainda que resquícios de tecido ovariano que porventura fiquem livres na cavidade abdominal podem ser responsáveis pelo desenvolvimento da síndrome do ovário remanescente e neoplasias. O prognóstico para neoplasias ovarianas sem metástases é favorável, principalmente quando aplicada a intervenção cirúrgica como método terapêutico. O uso da videocirurgia para auxiliar no diagnóstico e tratamento demonstrou-se adequado para o caso descrito, mas que deve ser complementado pela análise histopatológica.

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