Síndrome de Caroli em um cão
Cecco, Bianca Santana deLorenzett, Marina PaulaHenker, Luan CleberBisol, JulianaSoares, Aline GirottoTrindade-Gerardi, Anelise BonilhaAlievi, Marcelo MellerSonne, Luciana
A síndrome de Caroli é caracterizada pela combinação de ectasia biliar intra-hepática e fibrose ductal congênita, que se devem a falha na involução das placas ductais dos grandes ductos intra-hepáticos. Esse trabalho tem a intenção de reportar um caso de síndrome de Caroli em um canino, com ênfase em suas características clínicas, exames complementares, e abordagem diagnóstica. Um canídeo de um ano de idade, sem raça definida, apresentou um histórico clínico de sete dias de vômito agudo e anorexia. A avaliação clínica revelou severa icterícia, dor abdominal, desidratação, letargia e distensão abdominal. A ultrassonografia foi sugestiva de cistos hepáticos preenchidos por fluido. Uma laparotomia exploratória foi realizada para esclarecer os achados de imagem, porém, o cão morreu logo após a cirurgia. O cão foi submetido a exame de necropsia, onde se observou fígado diminuído em tamanho e com múltiplas dilatações saculares distendidas e interconectadas entre si. Os ductos biliares estavam acentuadamente dilatados e substituíam grande parte do parênquima hepático. Nos rins, múltiplos pequenos cistos eram observados. Microscopicamente as lesões hepáticas eram caracterizadas por extensa fibrose em ponte, associada a ductos biliares ectáticos e proliferados, que eram contíguos a árvore biliar. Nos rins, marcada fibrose e pequenas formações císticas foram observadas. Baseado na associação dos achados clínicos e patológicos, o diagnóstico de síndrome de Caroli foi feito. Mesmo que incomum, essa síndrome deve ser considerada como um diagnóstico diferencial para cães jovens com ductos biliares císticos e fibrose hepática.
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