VETINDEX

Periódicos Brasileiros em Medicina Veterinária e Zootecnia

Estudo retrospectivo de correlações clinicopatológicas em 543 cães com tumores cutâneos de mastócitos

Moraes, Weida Katrinny do CarmoMoraes, Reiner Silveira dePantoja, José Carlos de FigueiredoCagnini, Didier Quevedo

RESUMO: Os tumores de mastócitos, que se apresentam como neoplasias cutâneas, são comuns em cães e exibem comportamento biológico variável. Este estudo teve como objetivo identificar correlações clínicas entre o grau de malignidade das neoplasias e as informações descritas em laudos de caninos diagnosticados com MCTs por meio de histopatologia. Os resultados dos exames histopatológicos realizados entre 2017 e 2020 foram coletados e tabulados com base na idade, sexo, localização anatômica dos nódulos, ocorrência de metástase, contagem mitótica e grau de malignidade. O teste do qui-quadrado, o teste exato de Fisher e a regressão logística foram usados para identificar os fatores associados à ocorrência de MCT e ao grau histopatológico. Este estudo analisou 543 animais com 629 MCTs. Adultos (52%), cães idosos (47,3%), cães de raças mistas (36,5%) e Boxers (11%) foram os mais prevalentes, sendo os membros a região mais frequentemente afetada (35,2%). A maioria dos MCTs era de grau II (78,7%) ou de baixo grau (80,6%), de acordo com os sistemas Patnaik e Kiupel, respectivamente. Os cães idosos apresentaram uma maior prevalência de MCTs de grau III e alto grau, com 2,86 (IC 95%: 1,78-4,59) vezes mais probabilidade de terem tumores de mastócitos de alto grau do que os adultos (P < 0,001). Em comparação com as cadelas, os cães machos e idosos tinham mais MCTs de Grau III (P = 0,021) e de alto grau (P = 0,015). O TCM de alto grau tinha 4,38 (IC 95%: 1,93-10) vezes mais chances de invadir os músculos e os tecidos adjacentes. Nossos resultados trazem uma contribuição inédita para a literatura apontando que cães machos e idosos tem maiores chances de terem MCTs de alto grau quando comparados com fêmeas. Sendo assim, nossos resultados ainda enfatizam a importância de estudos de correlação clínica para identificar associações que auxiliem nas definições de prognóstico e tratamento, como uma maior predisposição para diagnósticos agressivos em cães machos idosos.

Texto completo