Efeito do uso tópico de açúcar cristal na cicatrização corneana em coelhos
Gonçalves, Gentil FerreiraSanches, Adrien Wilhelm DilgerMartins, Lisiane de AlmeidaPachly, José RicardoLeme, Marshal CostaCunha, Celso GontijoPippi, Ney LuisBolson, JulianoStofela-Neto, Henrique C
As úlceras de córnea ainda são um grande problema na clínica de pequenos animais, produzindo perdas oculares e cicatrizes que interferem na qualidade visual. Com o objetivo de verificar a eficácia no uso tópico do açúcar cristal na cicatrização de feridas corneanas, foram produzidas úlceras centrais superficiais em ambos os olhos de 15 coelhos adultos saudáveis. As feridas foram tratadas duas vezes ao dia, com solução fisiológica a 0,9%, como placebo, nos olhos esquerdos e com açúcar cristal nos olhos direitos. Os animais foram separados em três grupos de cinco indivíduos, e cada grupo foi submetido a abate e coleta das córneas para exame histopatológico, em períodos predeterminados de três, sete e 15 dias de pós-operatório (PO). Avaliação clínica macroscópica foi realizada diariamente, e exames bacteriológicos e histopatológicos foram realizados nos períodos predeterminados. Macroscopicamente, as feridas reagiram de forma similar, observando-se exsudação até o terceiro dia de PO. Não se observou opacificação em área circunjacente à lesão, nem formação de neovasos sobre a córnea. O edema foi constante, não havendo diferença entre os olhos esquerdos e direitos. Quatro olhos direitos foram negativos entre o sexto e o sétimo dia de PO. Ao exame histopatológico, não se observaram diferenças entre os olhos, nos mesmos dias de PO. O exame bacteriológico pré-operatório mostrou predominância de Staphylococcus SP. Em todas as amostras, com unidades formadoras de colônias variando entre 3,84 x 10² e 3,31 x 10⁴. No terceiro dia de PO, não houve alteração na espécie de bactéria ou em sua contagem em ambos os olhos. Conclui-se que a utilização de açúcar cristal no tratamento PO de feridas corneanas em coelhos não tem influência direta na cicatrização, apesar de ter sido observada reepitelização mais precoce em alguns dos olhos tratados(AU)