Língua azul em ovinos no estado de Santa Catarina: achados soro-epidemiológicos e clínico-patológicos
Quevedo, Lucas S.Ogliari, DaianeMelchioretto, ElaineOliveira, Pablo S.B.Costa, Ubirajara M.Flores, Eduardo F.Gava, Aldo
RESUMO: Este estudo teve como objetivos investigar, por meio do teste sorológico de imunodifusão em gel de ágar (IDGA), a circulação do vírus da língua azul (BTV) em ovinos em diferentes regiões do estado de Santa Catarina e, descrever os aspectos clínico-patológicos e epidemiológicos de sete surtos e três casos isolados, ocorridos entre os anos de 2009 a 2019. Para a pesquisa de anticorpos, o estado foi dividido em três regiões. As temperaturas médias anuais e altitudes das regiões foram descritas ou tabuladas. Foram coletadas amostras de sangue de ovinos em 24 propriedades de 16 municípios distribuídos nas três regiões estabelecidas. Dos 388 ovinos coletados, 250 foram soropositivos (64,4%) no teste de IDGA. Anticorpos contra o BTV foram detectados nas três regiões. A enfermidade foi diagnosticada pelos sinais clínicos, lesões macroscópicas e confirmada pela técnica de reação em cadeia da polimerase com transcrição reversa (RT-PCR). Os ovinos afetados desenvolveram ulcerações nas narinas, lábios e mucosa oral com formação de crostas, dificuldade de locomoção, diarreia enegrecida, tosse e regurgitamento seguido de morte. Na necropsia foi observado principalmente múltiplas úlceras no palato e rúmen, hemorragias petequiais na serosa do esôfago próximo ao hiato esofágico e hemorragia focal na artéria pulmonar. Em Santa Catarina, a língua azul em ovinos é uma doença sazonal, que ocorre principalmente em épocas quentes e chuvosas (dezembro a abril). A sazonalidade coincide com a época do ano a qual os vetores Culicoides apresentam maior população e atividade metabólica.
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