Parasitologistas veterinários: chegou a hora de falar sobre o uso das expressões "Protozoário" e "Protista"
Reck, JoséBarbosa, Alynne da SilvaSantos, Huarrison AzevedoDantas-Torres, FilipeAndré, Marcos RogérioAlbuquerque, George Rego
Resumo A classificação dos organismos eucarióticos evoluiu significativamente nos últimos anos. Por muito tempo, o modelo de cinco reinos proposto em 1969, que incluía os reinos Monera, Protista, Fungi, Plantae e Animalia, dominou a classificação biológica. No entanto, avanços na biologia molecular, desafiaram essa classificação, pois ela não representa o padrão evolutivo dos organismos, especialmente aqueles anteriormente conhecidos como protozoários. Atualmente, o termo Protista não é considerado um táxon válido, pois os organismos anteriormente classificados neste grupo são altamente distintos e não são monofiléticos. Abordagens modernas classificam os eucariotos em vários supergrupos, nos quais os "protozoários" são colocados em diferentes grupos. Por exemplo, parasitos anteriormente classificados como "protozoários", como Babesia (Apicomplexa), Trypanosoma (Euglenozoa), Entamoeba (Evosea), são agora alocados em ramos distantes da árvore da vida e em diferentes supergrupos. Essa classificação de supergrupos oferece uma representação mais precisa das relações evolutivas entre os eucariotos e evidencia que a evolução (especialmente os organismos unicelulares) segue um padrão complexo de diversificação. Contudo, este tópico ainda não foi adequadamente discutido pela comunidade de parasitologistas veterinários. Este artigo propõe a revisão desses termos tendo em vista sistemas de classificação modernos, para garantir que parasitologistas veterinários e estudantes adotem uma terminologia mais precisa e biologicamente realista.
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