VETINDEX

Periódicos Brasileiros em Medicina Veterinária e Zootecnia

p. 518-524

Patogênese e mitigação dos efeitos deletérios do estresse térmico na reprodução de touros

Kastelic, John PatrickRizzoto, GuilhermeMohamed, Abdallah MohamedFerreira, João Carlos PinheiroThundathil, Jacob C

Os testículos dos bovinos devem permanecer 2 a 6 ºC abaixo da temperatura corporal para produzirem espermatozoides morfologicamente normais, móveis e férteis. A termorregulação escrotal/testicular é complexa e envolve a enovelada artéria testicular circundada pelo plexo venoso pampiniforme, que constituem o cone vascular, um sistema contracorrente de troca de calor. Adicionalmente, a perda de calor por radiação pelo escroto, sudorese, suprimento sanguíneo arterial complementar, e os gradientes de temperatura no escroto e testículos contribuem para o resfriamento testicular. A despeito do duradouro paradigma de que os testículos estão em uma situação de quase hipóxia e que o fluxo sanguíneo não aumenta em resposta ao aquecimento testicular, em recentes estudos em camundongos, carneiros e touros, o aquecimento testicular estimulou o fluxo sanguíneo sem serem observados sinais de hipóxia. Além disso, a hipóxia não afetou os testículos e a hiperóxia não conferiu proteção. Portanto, concluímos que é a hipertermia testicular, e não a hipóxia secundária, que afeta a espermatogênese e a qualidade seminal. O aumento da temperatura testicular causa muitas mudanças celulares e subcelulares. À medida que a temperatura aumenta, a proporção de espermatozoides defeituosos aumenta. A recuperação depende da natureza e duração do insulto térmico. O controle ambiental (sombra, aspersores de água e ar condicionado) e algumas abordagens químicas (ex., melatonina e L-arginina) são medidas promissoras de redução dos efeitos do estresse térmico na reprodução de touros(AU)

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